Para o par GBP/USD, o padrão de ondas continua a indicar a formação de um segmento de tendência ascendente (gráfico inferior), embora, nas últimas semanas, essa estrutura tenha assumido uma forma mais complexa e prolongada (gráfico superior). O segmento de tendência iniciado em 1º de julho pode ser interpretado como a onda 4 — ou, de forma mais ampla, como uma grande onda corretiva — uma vez que sua estrutura interna é predominantemente corretiva, e não impulsiva. O mesmo vale para suas sub-ondas internas.

A estrutura descendente iniciada em 17 de setembro assumiu a forma de uma sequência completa de cinco ondas a–b–c–d–e e, portanto, pode ser considerada concluída. Se essa leitura estiver correta, o instrumento entrou agora na fase de formação de um novo ciclo de ondas ascendentes. Naturalmente, qualquer estrutura de ondas pode se complicar ou se estender a qualquer momento. Inclusive, a presumida onda 4 — que já se desenvolve há cerca de cinco meses — poderia ainda assumir uma configuração de cinco ondas, o que implicaria a continuidade do movimento corretivo por mais alguns meses. Ainda assim, no momento, há fortes indícios de que uma nova sequência ascendente esteja em andamento. Nesse cenário, as duas primeiras ondas desse segmento já teriam sido formadas, e agora estaríamos observando o desenvolvimento da onda 3 ou c.

A próxima reunião do Banco da Inglaterra (BoE) e a divulgação de dados do mercado de trabalho representam riscos relevantes tanto para a libra quanto para o dólar. Na sexta-feira, o GBP/USD recuou cerca de 20 pontos base. No entanto, esta semana pode praticamente ser deixada para trás, já que a próxima promete ser igualmente — ou até mais — importante para ambas as moedas.

Posso estar sendo repetitivo, mas procuro focar apenas nos eventos e notícias realmente relevantes, isto é, aqueles que efetivamente se correlacionam com o padrão de ondas — ou não. Por esse motivo, dediquei pouca atenção aos relatórios de PIB e produção industrial do Reino Unido divulgados hoje. Basta observar que, até a metade da sessão americana, o movimento total do GBP/USD ao longo de mais de 18 horas foi de apenas 40 pontos, o que sugere impacto limitado desses dados. Além disso, é difícil determinar qual relatório teve maior peso: à primeira vista, o PIB parece mais relevante, mas tratou-se apenas de uma leitura mensal, que veio abaixo das expectativas. Ao mesmo tempo, o relatório de produção industrial — teoricamente menos importante — surpreendeu positivamente, o que provavelmente ajudou a suavizar a reação negativa do mercado.

Voltando o foco para a próxima semana: se, nesta semana, a demanda pelo dólar caiu em meio ao afrouxamento da política monetária do Fed, na próxima ela pode recuar em função do esperado afrouxamento da política do BoE, cuja probabilidade de corte de juros também é bastante elevada.

Ainda assim, os Estados Unidos divulgarão na próxima semana relatórios que considero pessoalmente ainda mais relevantes do que a recente reunião do Fed. O FOMC agiu de forma cautelosa na quarta-feira, oferecendo a comunicação mais neutra possível diante da escassez de dados estatísticos atualizados. No entanto, na próxima semana, serão publicados novos dados sobre mercado de trabalho, desemprego e inflação — indicadores que certamente influenciarão as decisões do Fed no início de 2026. Dessa forma, o GBP/USD pode voltar a sofrer pressão, mesmo que esse movimento vá contra a leitura atual do padrão de ondas.

Conclusões

O padrão de ondas do GBP/USD mudou. Continuamos lidando com um segmento de tendência impulsiva de alta, embora sua estrutura interna tenha se tornado mais complexa. A estrutura corretiva descendente a–b–c–d–e, inserida na onda C da onda 4, parece agora completamente finalizada. Se essa leitura estiver correta, espero que a tendência principal de alta seja retomada, com alvos iniciais nas regiões de 1,38 e 1,40.

No curto prazo, eu esperava a formação da onda 3 ou c, com alvos próximos de 1,3280 e 1,3360, correspondentes aos níveis de retração de Fibonacci de 76,4% e 61,8%, respectivamente. Esses objetivos já foram alcançados. A onda 3 ou c pode continuar a se desenvolver, e a sequência atual de ondas começa a assumir características impulsivas, o que abre espaço para um fortalecimento adicional do par.

O padrão de ondas de grau superior parece quase ideal, embora a onda 4 tenha ultrapassado levemente o topo da onda 1. Ainda assim, vale lembrar que padrões de ondas perfeitamente simétricos existem apenas em livros didáticos, os mercados reais são significativamente mais complexos. No momento, não vejo fundamentos técnicos suficientes para considerar cenários alternativos ao atual segmento de tendência ascendente.

Princípios fundamentais da minha análise

1. As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e muitas vezes levam a mudanças.
2. Se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor ficar fora dele.
3. A certeza absoluta sobre a direção do mercado não existe e não pode existir. Sempre use ordens de Stop Loss de proteção.
4. A análise de ondas pode ser combinada com outras formas de análise e estratégias de negociação.